terça-feira, 16 de julho de 2013

Você tem meia hora (...)

Desta vez vai pra valer.

Não disca meu número, não me chama no inbox, não toca aquela música pra eu escutar.
Desta vez, vá procurar seu rumo e deixa eu me encontrar.

Foram inúmeras noites mal dormidas ouvindo a voz da Adriana cantar: "Entre por essa porta agora e diga que me adora, você tem meia hora pra mudar a minha vida, vem, vambora.."
Desta vez o som ficará desligado.

Porque se você chega com esse olhar, com esse sorriso manso, eu esqueço de todas as promessas, de todos os textos, de todas as juras ao universo de nunca mais querer ter você por perto.

Você não pode ficar à um metro de distância de mim, você não pode entrar nos meus textos, já passou da hora de partir. Senão também ficará na minha mente, enquanto eu espero o café amargo passar. Tão amargo quanto você.

Você não pode entrar por essa porta como canta a Adriana. Senão ficará seu cheiro em meus lençóis e eu já não conseguirei dormir.

Você não pode dividir seu cigarro comigo, senão seu gosto também entrará nos meus pulmões e preencherá todos os alvéolos e bronquíolos. Eu não quero câncer de você. Meus compassados ritmos cardíacos só de lembrar do seu rosto já me bastam.

Nem de longe você sonha que os meus escritos são pra você, quiçá sabe da existência desse blog. E por isso eu escrevo. Enquanto você viaja e conhece novas mulatas, eu só desejo que não volte. Não para o meu próximo texto. Você não pode mudar o rumo de tudo que já foi pensado, medido e planejado. Eu queria falar de sentimentos bonitos, mas você quis trazer a ideia de romantismo pessimista pro meu lado. 

Aqui não é o seu lugar. Pela milésima vez, agora vá embora pra valer.



[Ouvindo: Vambora - Adriana Calcanhoto]

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