Abriram-se as cortinas. O espetáculo havia começado.
Os atores chegavam meio perdidos, com roteiros parecidos com aqueles do ensino médio. Os diretores da peça enxergavam ali um grande trabalho pela frente: apontar o caminho para que pudessem escrever a própria história.
Os jovens atores, porém, não estavam preparados para ser protagonistas. Queriam um storytelling pronto, e que de brinde visse um diploma.
Quem dirigiu essa peça teve que lidar no mínimo com atrasos, perguntas ressuscitadas da escola, noites em branco, e desculpe, mas também foi trocado várias vezes pelo Bar do Chico (mas, não se preocupe, pois o conhecimento também foi válido através das filosofias de boteco).
Ainda assim, o jovem ator queria ser moldado. Contando os dias no calendário para que esse momento chegasse.
Enquanto isso, os diretores tentavam explicar que muito além de teorias, era necessário primeiro, ser-humano, para saber lidar fora do palco com outros seres humanos. E para isso, não havia tempo pré-estabelecido.
Cada ator, no seu personagem de contador, enfermeiro, jornalista, publicitário ou analista de sistemas, deveria em algum momento desses anos, reconhecer a responsabilidade social que deveria exercer.
Obrigada àqueles que não nos ajudaram a nos tornar robôs em nossas profissões. Mas, foram escadas para sermos singulares em nossas funções. Hoje, se apresentam para a plateia mais esperada, profissionais que agirão com responsabilidade, ética, profissionalismo e humanidade. E o méito também é de vocês, mestres.
Fecham-se as cortinas. Fim de espetáculo. A vida real começa agora.
(Texto lido na Colação de Grau do dia 13/4/16 das turmas de Ciências Contábeis, Enfermagem, Comunicação Social e Sistemas de Informação. Em homenagem especial aos professores de Graziela Vaz, João Valério, Julia Espejo e Ricardo Nogueira. Cês são feras! <3)