Vomitando palavras neste blog há mais de quatro anos. Não me dá dinheiro, apenas muito prazer. Síntaxe à vontade :)
terça-feira, 7 de junho de 2016
Camuflagem
o reflexo no espelho não era seu
a roupa
os cílios
o batom
a alma que se perdeu
e doeu
queria ser admirada
para ser amada
e o desespero deu cheque-mate
no auto-golpe
os pés rachados
o coração apertado
os olhos lacrimejados
já não dão conta, mulher
até quando você vai socorrer
a solidão
do outro?
quantas personalidades você vai comportar
para insistir onde não há
poesia?
por mais quantos caminhos obscuros
você vai percorrer
e continuar a expor
o oposto do que se é?
[ouvindo: preciso me encontrar - cartola]
sexta-feira, 15 de abril de 2016
Homenagem aos Mestres
Abriram-se as cortinas. O espetáculo havia começado.
Os atores chegavam meio perdidos, com roteiros parecidos com aqueles do ensino médio. Os diretores da peça enxergavam ali um grande trabalho pela frente: apontar o caminho para que pudessem escrever a própria história.
Os jovens atores, porém, não estavam preparados para ser protagonistas. Queriam um storytelling pronto, e que de brinde visse um diploma.
Quem dirigiu essa peça teve que lidar no mínimo com atrasos, perguntas ressuscitadas da escola, noites em branco, e desculpe, mas também foi trocado várias vezes pelo Bar do Chico (mas, não se preocupe, pois o conhecimento também foi válido através das filosofias de boteco).
Ainda assim, o jovem ator queria ser moldado. Contando os dias no calendário para que esse momento chegasse.
Enquanto isso, os diretores tentavam explicar que muito além de teorias, era necessário primeiro, ser-humano, para saber lidar fora do palco com outros seres humanos. E para isso, não havia tempo pré-estabelecido.
Cada ator, no seu personagem de contador, enfermeiro, jornalista, publicitário ou analista de sistemas, deveria em algum momento desses anos, reconhecer a responsabilidade social que deveria exercer.
Obrigada àqueles que não nos ajudaram a nos tornar robôs em nossas profissões. Mas, foram escadas para sermos singulares em nossas funções. Hoje, se apresentam para a plateia mais esperada, profissionais que agirão com responsabilidade, ética, profissionalismo e humanidade. E o méito também é de vocês, mestres.
Fecham-se as cortinas. Fim de espetáculo. A vida real começa agora.
(Texto lido na Colação de Grau do dia 13/4/16 das turmas de Ciências Contábeis, Enfermagem, Comunicação Social e Sistemas de Informação. Em homenagem especial aos professores de Graziela Vaz, João Valério, Julia Espejo e Ricardo Nogueira. Cês são feras! <3)
Os atores chegavam meio perdidos, com roteiros parecidos com aqueles do ensino médio. Os diretores da peça enxergavam ali um grande trabalho pela frente: apontar o caminho para que pudessem escrever a própria história.
Os jovens atores, porém, não estavam preparados para ser protagonistas. Queriam um storytelling pronto, e que de brinde visse um diploma.
Quem dirigiu essa peça teve que lidar no mínimo com atrasos, perguntas ressuscitadas da escola, noites em branco, e desculpe, mas também foi trocado várias vezes pelo Bar do Chico (mas, não se preocupe, pois o conhecimento também foi válido através das filosofias de boteco).
Ainda assim, o jovem ator queria ser moldado. Contando os dias no calendário para que esse momento chegasse.
Enquanto isso, os diretores tentavam explicar que muito além de teorias, era necessário primeiro, ser-humano, para saber lidar fora do palco com outros seres humanos. E para isso, não havia tempo pré-estabelecido.
Cada ator, no seu personagem de contador, enfermeiro, jornalista, publicitário ou analista de sistemas, deveria em algum momento desses anos, reconhecer a responsabilidade social que deveria exercer.
Obrigada àqueles que não nos ajudaram a nos tornar robôs em nossas profissões. Mas, foram escadas para sermos singulares em nossas funções. Hoje, se apresentam para a plateia mais esperada, profissionais que agirão com responsabilidade, ética, profissionalismo e humanidade. E o méito também é de vocês, mestres.
Fecham-se as cortinas. Fim de espetáculo. A vida real começa agora.
(Texto lido na Colação de Grau do dia 13/4/16 das turmas de Ciências Contábeis, Enfermagem, Comunicação Social e Sistemas de Informação. Em homenagem especial aos professores de Graziela Vaz, João Valério, Julia Espejo e Ricardo Nogueira. Cês são feras! <3)
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