sábado, 31 de agosto de 2013

Em pleno século XXI e ainda não nos cumprimentamos nas ruas - Pelo direito (e dever) de ser gentil

Hoje pela manhã, andando pela movimentada Antonio Olímpio de Moraes, um homem lá pelos seus cinquenta anos, gritava  pra todo mundo que passava ao seu lado: "Ei, você está no século XXI?" Se a pessoa não respondesse - como no meu caso -  gritava às outras: "Esta aí não vive no século XXI. Não conversa com os outros." 

Pode parecer besteira, mas este fato me fez refletir sobre algumas atitudes do dia a dia. Do meu, do seu e de milhares de "nós" que esbarram na fila da lotérica, nas calçadas, sentados por horas  sem trocar uma palavra aguardando a vez pra ser atendido no banco e, até mesmo, numa roda de amigos na mesa do bar, mas, cada um conectado no seu universo particular pelo smartphone. 

Por que um "Bom dia, como vai?" inesperado de um estranho ao entrarmos no elevador, nos assusta? Um motorista que nos deixa atravessar onde não é obrigatório parar, um cumprimento na rua de alguém que não conhecemos, um sorriso e um agradecimento da moça da pastelaria... tudo isso, na correria que o mundo está, chega a nos abalar. Mas... não deveria ser assim. 



Tem gente que culpa um desentendimento na família, o "tempo" que deu no namoro, a pressão do chefe no escritório e diversas outras  questões que provocam estresse durante o dia. Mas, falta de educação, não tem desculpa. O rapper Criolo, cantou isto em uma de suas canções: "E as pessoas se olham e não se falam, se esbarram na rua e se maltratam, usam a desculpa de que nem Cristo agradou. Falô! Cê vai querer mesmo se comparar com o Senhor?"

Eu sempre soube de tudo isso. Todos nós sabemos. Mas por que é tão difícil ser gentil? Aproveito o acontecido de hoje pela manhã pra entrar em setembro com uma nova postura. Você bateu um papo, de dez minutos que seja, com o porteiro do seu prédio nesta semana? Cedeu o lugar no ônibus pra aquela pessoa que está cheia de sacolas e com a feição cansada? Perguntou sua mãe como foi o dia dela? 

Hoje é o último dia de agosto. Daqui pra frente vista-se da coleção primavera-verão no quesito de deixar os seus dias mais leves e mais coloridos com pequenos gestos de gentileza. Que por sinal, fazem grandes diferenças. Sorria mais para os estranhos na rua, por mais que a atitude faça parecer que o estranho seja você. Mas talvez, esse seja o único sorriso que ele  tenha recebido nos últimos dias.

Acho que não temos nada a perder adotando estes novos métodos. O homem da Avenida Antônio Olímpio estava muito certo ao questionar o porquê de estarmos em pleno século XXI e não nos cumprimentarmos nas ruas. Se gentileza não fosse algo bom, José Datrino,  falecido em 1996 aos setenta e nove anos, não teria uma de suas citações reconhecidas em todo o mundo: "Gentileza gera gentileza."

Antes de julgar o mau humor do seu colega de trabalho, tente ajudar. A mudança começa em nós. E, assim, o mundo caminha pra melhor. 

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